Trio que matou e roubou cabeleireiro em Dourados é condenado a 62 anos de cadeia

O texto considera que "a sua personalidade o revela como uma pessoa fria e egoísta, além de ser preconceituosa, tendo em vista que a vítima veio a ser morta por ele não gostar de homossexual"
22/03/2019 17:20 Justiça
Trio confessou o crime- Foto: Osvaldo Duarte
Trio confessou o crime- Foto: Osvaldo Duarte

A decisão foi do juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias, da 2ª Vara Criminal. No processo consta que Marcos Vicente Ciardulo, inicialmente teve pena fixada em 22 anos de reclusão e 30 dias-multa, sendo que diante do fato dele ter confessado o crime cometido em Dourados, a mesma foi reconsiderada para 20 anos de reclusão e 25 dias-multa. 

A Justiça aponta que não há dúvidas quanto ao fato de que Marcos arquitetou o crime e deu ordem do que fazer aos comparsas. 

“É altamente reprovável a culpabilidade do réu, pois foi o mentor de toda a trama, haja vista ter escolhido criteriosamente a vítima, ordenado que o corréu Josimar o vigiasse no cativeiro, inclusive, dando-lhe uma faca, para desempenhar a sua tarefa, e entregou o veículo subtraído ao corréu Weliton, a fim de que fosse levado ao receptor”. 

Para Josimar da Silva Lemes, a Justiça decretou 22 anos de reclusão e 30 dias-multa. O rapaz confessou ter sido o autor das facadas contra o cabeleireiro, além de socos e disse que estava sob efeito de drogas quando o fato ocorreu. Ele informou ainda que havia espancado a vítima por não concordar com opção dela em ser homossexual. 

O texto considera que "a sua personalidade o revela como uma pessoa fria e egoísta, além de ser preconceituosa, tendo em vista que a vítima veio a ser morta por ele não gostar de homossexual". 

A definição para Weliton Cardoso, o responsável por levar o veículo da vítima até Amambai foi arbitrada em 20 anos de reclusão e 10 dias-multa. A decisão cita que “restaram compensadas a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea extrajudicial, levada em consideração para condená-lo, sendo arbitrado o valor do dia-multa em um trigésimo do maior salário mensal vigente ao tempo do fato, haja vista a situação financeira precária do réu.

"Destarte, fixo a pena-base do crime de latrocínio em 20 (vinte) anos de reclusão e 10 (dez) dias-multa, tornando-a definitiva. Restaram compensadas a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea extrajudicial, levada em consideração para condená-lo. Arbitro o valor do dia-multa em um trigésimo do maior salário mensal vigente ao tempo do fato, haja vista a situação financeira precária do réu".

O juiz reforça ainda que o regime inicial fechado foi estabelecido para o cumprimento da pena e consta sobre segregação cautelar dos réus Marcos, Josimar e Weliton para garantir a ordem pública, porquanto o latrocínio se trata de crime de grande repercussão social, de maneira que a sociedade deve ser acautelada pelo Poder Judiciário. 

O caso  

Heberson Júnior Cavalcante de Almeida,29, foi encontrado morto na manhã do dia 13 de agosto, de 2018, num conjunto de quitinetes em obra na rua Maipu, região do Jardim Carisma. Foi constatado que ele foi assassinado com duas facadas no pescoço.

Após investigações, a polícia chegou ao trio acusado como responsável pelo assassinato. 

Josimar da Silva Lemos, 30, disse ter assassinado a facadas o cabeleireiro Heberson Júnior Cavalcante de Almeida, por estar sob efeito de drogas no dia. Ele contou com a participação de  Marcos Vicente Ciardulo, 23, o ‘Gordão’ e Wellington Cardoso, 29, no crime. 

O assassinato aconteceu num sábado, 11 de agosto e o corpo encontrado dois dias depois, na manhã de segunda-feira com os pés e mãos amarrados, dentro de quitinete em obras, no Jardim Carisma. 

Os três homens foram presos pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil na sexta-feira (24/8) e apresentados hoje no 1º Distrito Policial de Dourados. 

Marcos teria atraído o cabeleireiro e o levado até o cativeiro, na rua Maipu e Wellington, ficou responsável em levar o Ford Fiesta de Heberson até Capitan Bado, no Paraguai para entregar a uma pessoa a qual não citou o nome. 

Ambos disseram que não tinham a intenção de matar o rapaz e Marcos ainda afirmou ter ficado ‘apavorado’ ao ver o comparsa esfaqueando e matando a vítima. 

O delgado do SIG, Rodolfo Daltro, disse que ao dar início às investigações descobriu que o veículo teria sido levado até a região de fronteira por Wellington e posteriormente chegou aos outros nomes. 

De acordo com o delegado, Josimar se mostrou ‘frio’ em relação ao caso em seu depoimento e informou ter espancado a vítima por não concordar com a sua opção sexual. Heberson era homossexual.

Eles foram autuados pelo latrocínio consumado e tentativa de latrocínio, pois dois dias antes tentaram roubar um taxista e acabaram o esfaqueando. 

Fonte: Gizele Almeida / Dourados News

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