Investigação aponta que não houve crime em situação com corpo de jovem em Jardim
Em relação a morte de Deyvid Kelvis Pereira da Silva não tem mais o que ser feito, porém a situação em que o corpo estava quando foi retirado do Instituto Médico Legal de Jardim tem que ser investigada e responsabilizado os culpados, até para que não ocorra novamente.
Conforme o Delegado Roberto Carlos Morgado Pires, responsável pela apuração da ocorrência, a investigação apontou que não houve crime, “não houve vilipêndio a cadáver ou qualquer outro crime, a causa provável ao dolo tenha sido um problema mecânico no equipamento elétrico utilizado para resfriamento dos corpos, e pela lei brasileira isso não caracteriza crime”.
O caso havia sido registrado na Polícia Civil de Jardim como vilipêndio a cadáver, que está previsto no artigo 212 do Decreto-Lei de número 2848, de 1940. O vilipêndio é o ato de agir com desprezo a algo ou alguém, profanar, desrespeitar e ultrajar, quando o ato for realizado contra um cadáver ou parte dele, caracteriza-se o crime, o que segundo o Delegado, não foi o caso ocorrido com o corpo de Deyvid.
Em conversas com familiares de Deyvid, estes relataram que apesar de não confirmado o vilipêndio, a família acredita que houve dano psicológico a eles, já que nem puderam velar o corpo dele para realizar as últimas homenagens.
A equipe do iFato entrou em contato com a Coordenadoria Geral de Perícias, em Campo Grande, mas até o momento não houve retorno.
Entenda o caso
Deyvid, de apenas 18 anos, afogou-se enquanto tomava banho no rio Santo Antonio, próximo a ponte na MS-382, em Guia Lopes da Laguna.
Família denuncia descaso com corpo de jovem afogado em Guia Lopes
Como o caso ocorreu em um final de tarde de domingo (20), o corpo foi retirado da água, realizado a perícia no local e a funerária de plantão encaminhou ao IML de Jardim, onde deveria ter estrutura suficiente para esta finalidade, até este momento tudo dentro da normalidade.
Os problemas iniciam na manhã seguinte, com o IML de Jardim sem médico legista, seria necessário encaminhar o corpo ao Instituto em Dourados (a 230 quilômetros) para realizar a necropsia, o translado foi realizado pela funerária contratada pela família, porém ao receber o corpo, ele estava quente, ou seja, não foi refrigerado. Como vítimas de afogamento o corpo se decompõe mais rapidamente, o de Deyvid iniciava a putrefação, com odor muito muito forte.
Somente ao chegar no IML de Dourados, o corpo foi refrigerado por, aproximadamente, cinco horas até a realização da necropsia. Às 19 horas, do mesmo dia, o corpo foi translado de volta à Guia Lopes da Laguna, porém pela exposição a noite sem o devido cuidado, estava iniciando a decomposição, inviabilizando o preparo e realização de velório, impossibilitando que familiares e amigos fizessem as últimas homenagens à Deyvid, sendo realizado o sepultamento logo em seguida.
Fonte: Aislan Nonato, do iFato
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