Com a votação para presidente da Câmara de Itaporã na última sexta-feira, dia 25, a definição do nome do novo presidente dividiu a atenção com a crise evidenciada entre os vereadores de situação.

A divergência de opiniões originou-se por um acordo realizado logo após a vitoriosa campanha do atual prefeito Wallas Milfont (PDT) e de outros seis vereadores de seu palanque.

Segundo o vereador André Moura Brandão (PHS) em seu discurso após o anúncio do resultado da votação na última sexta-feira, “um dia após as eleições (dia 8 de outubro de 2012), o prefeito e os seis vereadores eleitos que faziam parte do mesmo grupo de campanha, se reuniram e definiram os nomes dos dois próximos presidentes da Câmara de Itaporã, já que seriam maioria na Casa”.

O primeiro nome se confirmou e Adriano Martins (PDT) exerce a função até 31 de dezembro deste ano, ainda segundo Andrezão, “por consenso deste grupo, o próximo presidente seria eu”.

O acordo começou a ser desfeito quando o grupo de situação perdeu um de seus membros, perdendo assim o número majoritário da Casa. Mas a principal indignação do grupo de situação, evidenciada durante a votação da última sexta-feira foi com o vereador Valdomiro de Freitas (PROS), que segundo Andrezão “em uma atitude individualista e de ambição particular, lançou candidatura própria e isolada a presidência”.

Antes de Andrezão dar seu discurso, Valdomiro teve sua vez e explicou sua atitude, "fui voto vencido (já que teve somente o seu), mas só me coloquei como candidato pensando no melhor para Itaporã, porque eu era a única chance do meu prefeito Wallas Milfont, ter o presidente da Casa ao seu lado, pois poderia ter os votos de meus parceiros políticos, e para definir a meu favor, poderia usar como forma de convencer, o leite que tomei da minha mãe, que foi o mesmo que meu irmão tomou (se referindo ao vereador Lindomar de Freitas (PT)). As pessoas tem que desapegar de certas coisas, e na política também é assim e meus companheiros aqui foram ambiciosos e não desapegaram pelo bem da nossa cidade, tiveram ambição própria. (...) Cito ainda a fala do vereador Gladstone, 'acorda Itaporã!'"

Citado, o vereador Lindomar falou que separa família de política e uma coisa não influencia a outra, “não é por que é meu irmão que votaria nele, votei em quem que acho que será o melhor para Itaporã, sempre viso isso”.

O vereador Andrézão rebateu o discurso inflamado de Valdomiro, em alguns momentos falando diretamente ao prefeito Wallas, citando que "estou muito honrado de ter ganho os votos que tive, e saio de cabeça erguida, mas o prefeito agora sabe que aqui nesta casa pode contar somente com quatro vereadores, o senhor Valdomiro de Freitas não trabalha ao lado do prefeito. E concluiu colocando em duvida o trabalho de Valdomiro, “nem como líder do executivo ele se saiu bem, muitas vezes eu tive que fazer o seu papel, porque ele não cumpria com o mesmo e defendi nesta tribuna as atitudes do prefeito Wallas".

Nova mesa diretora da Câmara com os vereadores (da esq. para dir.) Marcio Lobo, 2º secretário; Givanildo Rondina, 1º secretário; Vanilton Galdino, presidente e Juarez Barreto vice-presidente.
 

Consenso entre pessoas ligadas ao prefeito Wallas, é que esta foi uma derrota doída ao prefeito, que terá que digeri-lá por dois anos, sendo que se o resultado fosse diferente, a tranqüilidade poderia se tornar mais rotineira no exercício dos trabalhos.

No final das contas, apesar de repetidos comentários nas ruas de Itaporã, a respeito de uma possível debandada de vereadores do grupo de oposição, este grupo se mostra forte e unido, tanto que elegeu o presidente e toda mesa diretora da Câmara. Sendo que ao grupo de situação, restou uma desestabilização e críticas diretas a um de seus principais membros, já que atualmente, Valdomiro de Freitas é líder do executivo na Casa.

 

Fonte: iFato